O ABC Terra entrevistou o visionário autor Dougal Dixon do livro After Man: A Zoology of the future. Nesta obra ele mergulha nas possibilidades da evolução especulativa dos animais. Um desafio para as fronteiras da imaginação, conduzindo os leitores por uma jornada única onde a ciência encontra a criatividade. Com uma paixão inigualável pela vida selvagem, Dougal nos leva a questionar o que pensamos saber sobre o futuro e o passado do reino animal, oferecendo uma perspectiva inovadora que mistura conhecimento científico e fantasia. Confira a entrevista completa:

 

Como pai da evolução especulativa, o seu trabalho é uma potência criativa, mas quais mas quais foram as suas referências e inspirações?

“É como perguntar a um romancista: “Onde é que vai buscar as suas ideias?” E eu seria tão relutante e incapaz como esse romancista de prosseguir o tema.

A criatividade vem de interior, baseada na experiência, observações, opiniões, conhecimentos básicos.”

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Continua a criar e a imaginar criaturas novas? Pensa em publicar mais sobre o tema?

“Claro que sim. A toda a hora.

Desde que eu era criança eu me interessei por dinossauros. Não foi um grande passo dos dinossauros para outras criaturas estranhas que são que são diferentes de tudo o que existe atualmente.”

Qual era o seu principal objetivo ao publicar “After man”?

“Utilizar a ideia de animais estranhos e chamativos para descrever o funcionamento da evolução e da ecologia.”

Acredita que foi mal interpretado em algum momento? Por exemplo?

“Alguns pensaram que o AFTER MAN era sobre a extinção da humanidade (tão chauvinista!), e não sobre a continuação da vida na Terra.

A extinção da humanidade no livro foi meramente um dispositivo para pôr o espetáculo em marcha e para falar e para falar dos processos e mudanças no mundo natural que se seguiriam.”

Quais foram as principais críticas e elogios que recebeu pela publicação da sua trilogia?

“Elogios pelo fato de se tratar de uma visão encorajadora do futuro.

Numa época de tristeza e pessimismo, sugeria que a vida continuaria sempre. Parafraseando uma afirmação de uma obra de ficção vinte anos mais tarde “A vida encontra um meio”.

Críticas de especialistas em vários aspectos do vasto campo com que eu estava lidando.

Anatomistas encontraram falhas na anatomia de alguns animais. Os geneticistas encontraram falhas nas vias genéticas de alguns processos. Os fisiologistas queriam mais por menores sobre a digestão e… Já perceberam a ideia.“

Uma coisa que me chamou a atenção foi o facto de Vortex, o maior animal do mundo no nosso futuro, é um descendente de pinguins. Porque um dinossauro seria o maior animal do mundo novamente?

“Ué, porquê não?!“

Tens algum animal original preferido? Se sim, quais e porquê?

“São todos os meus bebês!”

 

 

Após mais de 40 anos de publicação, imaginou que o seu trabalho teria o impacto que teve? O que mais o surpreendeu na reação do mundo?

“Foi algo que funcionou para mim há tantos anos. O ressurgimento do conceito há cerca de cinco anos me surpreendeu.

A “evolução alternativa” não era um termo naquela época”

O livro “Depois do Homem” apresenta frequentemente uma linguagem evolutiva gradista comum à sua época, como o uso dos termos formas de vida “superiores” e “inferiores” e a ideia de que evolução é um processo de aperfeiçoamento. Mudaria isso hoje em dia?

“Bem notado! Nesse aspecto, o livro foi um produto do seu tempo.“

A evolução especulativa pode ensinar paleontologia e evolução? Como?

“Usar exemplos fictícios para explicar processos factuais é sempre válido e interessante!”